Volta e meia nos encontramos em uma roda de amigos conversando sobre as loucuras dos dias atuais, a correria de sempre ou sobre o estresse que nos rodeia 24h por dia; coisas que todos nós consideramos como naturais à vida moderna.
Montes e montes de remédios, são estas as inegáveis marcas de uma vida "mais longa" na era moderna; afinal estamos vivendo mais não é mesmo ?
O sentimento nostálgico logo aparece e começamos a falar sobre a qualidade de vida que nossos avós tiveram; livres de estresse, de pressões das mais diversas etc. E não é raro comentarmos sobre a dieta de nossos avós: sobre o uso da banha de porco, do excesso de sal e outras coisas mais que "graças à ciência" retiramos de nosso dia a dia. De imediato traçamos um paralelo da velhice atual com uma queda muito acentuada na qualidade de vida... a conta não bate, e logo assumimos que este é o preço "natural" por se viver mais, por termos mais opções de lazer, mais recursos, uma vida "mais longa".
A grande verdade é que as gerações atuais não compreendem de onde vem o alimento que ingerimos todos os dias. É comum encontrar pesquisas entre crianças/adolescentes/jovens (em várias nações nos últimos 15 anos) sobre a identificação de alimentos como legumes, verduras ou frutas; o resultado não é muito diferente disso aqui. É muito comum as gerações mais novas confundirem os vegetais e até se surpreenderem com a questão do coração de galinha; quando afirmamos que cada galinha tem um, e apenas um, coração(zinho) !
Desde cedo esta geração se acostuma a ver um remédio para a doença X, outra para a doença Y, um outro para isso e outro para aquilo. Viver cercado por remédios é o normal atualmente !
Sem querer me aprofundar demais na questão, fato é que nosso sistema econômico é o capitalismo, cujo mister objetivo é o lucro. Quando falamos de doença, logo nos lembramos das áreas relacionadas direta e indiretamente à saúde: medicina, nutrição, educação física, fisioterapia, farmácia e tantos outros.
Então te pergunto; Em um sistema em que a movimentação do dinheiro é necessária para se gerar mais riqueza, oportunidades e por consequência LUCRO, você acha que uma pessoa com saúde total pode realmente alimentar este sistema ?
Já ficaria demasiadamente feliz se você ficar (pelo menos) com uma pulga atrás da orelha; e que você meditasse em uma das frases mais impressionantes que já ouvi sobre nosso sistema econômico. A frase é de autoria de Jacque Fresco (engenheiro social e futurologista dentre tantos outros títulos):
"Em um sistema monetário é difícil confiar nas pessoas"
("it's hard in a monetary system to trust people")
Não quero me ater demais às questões éticas e filosóficas que permeiam o assunto, mas, não posso deixar de considerar o que Upton Sinclair (notável reformador social, com mais de 100 livros publicados) afirmou:
"É difícil fazer um homem entender algo,
quando seu salário depende de ele não entender isso !"
("It is difficult to get a man to understand something,
when his salary depends upon his not understanding it!")
Só eu que vejo que há algo de errado nisso tudo ? Infelizmente este não é o foco deste post; mas futuramente voltarei a este assunto !!!
Enfim, deixando as sofias de lado, o post aborda as doenças crônicas, também conhecidas, confundidas e consideradas doenças modernas da civilização.